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quinta-feira, 7 de abril de 2011

Tragédias diárias

Não me assustou a matança ocorrida na escola carioca na manhã de 07 de abril de 2011. Já vinha sendo anunciada há anos, não somente ali, como em qualquer escola de qualquer parte do Brasil.


Essa e as próximas tragédias são anunciadas pelas atitudes e omissões. Como estamos nos relacionando dentro das instituições educativas? Qual a qualidade desses relacionamentos? Quais cuidados temos em abordar e atender as pessoas? (atitudes extremamente abertas ou fechadas são, igualmente, perigosas).


E da parte das autoridades, quais são as prioridades: números expressos em proficiência de provas institucionais ou qualidade de atendimento e relacionamentos intra e extra escolar? Atendimento efetivo das necessidades da pessoa humana ou assistencialismo, que as tornam dependentes? Suprimento de recursos físicos e humanos para atender as demandas educativas ou oneração de funções dos educadores? Atendimento integral e efetivo ou discursos bonitos?


As respostas, de forma honesta a essas perguntas, deixarão claro que estamos sentados sobre um grande barril de pólvora prestes a explodir.


Com a palavra: nossas autoridades e todos nós!

2 comentários:

  1. Nossa, João! Eu acho que sou muito ingênua, então. Porque embora concorde com você, no que diz respeito ao relacionamento dentro das instituições educativas, ao contrário de você me assustei muito, me emocionei demais, me surpreendi com o trágico acontecimento, me solidarizei com os que sentem na carne as dores da tragédia. Mas como não sei se o infeliz que provocou toda essa bagunça era dependente de algum tipo de assistencialismo, se sofreu algum tipo de preconceito ou maus-tratos, se se deixou envolver por algum tipo de fanatismo religioso, se era usuário de alguma droga ou se era simplesmente um doente, não me sinto confortável para me revoltar com mais ninguém, a não ser contra ele mesmo. Me assustam expressões como "próximas tragédias" porque quero crer que o ser humano seja essencialmente bom. Meu otimismo me faz crer que, embora a dor do momento não possa ser mensurada por quem está de fora, devo acreditar que este tenha sido um caso isolado. Peço a Deus que seja. De minha parte, assim como da sua, será dada continuidade a essa forma saudável de relacionamento que sempre usamos com nossos alunos, nossos colegas, nossas comunidades. Que a tragédia de hoje desencadeie uma série de providências e atitudes que esperamos para um mundo melhor. E continuemos confiando em Deus.

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  2. Obrigado, Célia, por suas colocações, são muito pertinentes.

    Com a expressão "próximas tragédias" quero referir-me ao fato de que devemos mudar urgentemente os relacionamentos e abordagens em nossas escolas: nada de tudo aberto, nada de tudo fechado - esses extremos são adubos para a erva daninha de toda violência dentro das escolas.

    Ao que tudo indica, o ex aluno que causou tudo aquilo deve ter passado por experiências muito ruins naquele ambiente. Os especialistas sempre afirmam que a vítima de bullying, quando chega ao extremo, comete atos assim - os EUA que o digam.

    Continuemos, pois, com nosso trabalho de revalorizar os relacionamentos humanos para tentar evitar outras tragédias. Mas cobremos também das autoridades mais empenho na prevenção e no policiamento ostensivo, bem como no enfoque do "ser humano" antes de qualquer bendita "proficiência" em provas institucionais.

    Abraços.

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