ATENÇÃO: Blog sem vínculos institucionais! Instrumento particular do Professor.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Natal

Paróquia São José do Jaguaré 19-12-2010
O presépio ainda está sem o Menino Jesus exatamente para lembrar que Ele vem no Natal - no presépio e em nossos corações (imagem do presépio da Paróquia São José do Jaguaré - arquivo pessoal).



Natal: nascimento de Jesus Cristo. 


O primeiro Natal ocorreu há mais de dois mil anos atrás, quando Deus se fez criança, submetendo-se á condição humana. Ele poderia aparecer já adulto, nas nuvens, como muitos esperavam (e ainda esperam). Mas não! Fez questão de fazer-se criança, para mostrar o valor que a criança tem (na sociedade da época e na nossa também); fez questão de nascer por meio de uma mulher, para mostrar que quem tem condições de gerar e guardar a vida dentro de seu ventre é alguém divino, que deve ser respeitado. Dessa forma, Deus quis mostrar algo àqueles que desrespeitam a criança e a mulher. Será que aprenderam?


E hoje Jesus que nascer em cada um de nós, em cada uma de nossas famílias. Ou será que não lhe daremos lugar entre nós, exatamente como naquele primeiro natal: todo mundo preocupado com seus afazeres, lotando as casas, de tal forma que Maria deu à luz em uma manjedoura, fora do lar!


Quem é Jesus hoje? A resposta está nos Evangelhos: Ele se identifica com os pequenos - "tudo o que fizerdes ao pequenos, é a mim que fazeis" (S. Mateus 25). Quem são os "pequenos" de hoje? Reflita e permita que eles estejam entre nós!


Sendo assim, feliz e santo Natal a todos!


João César - dezembro de 2010.



quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Saudades

CEU Jaguare - 18/06/2010

Essa foto montagem acima mostra as paisagens que víamos de nossa sala de aula em 2010.


Quantas vezes, na correria e no cansaço, na alegria e na tristeza, olhávamos para fora e víamos esse presente. Era um espaço para olhar, para descansar, para ler e para brincar.


Já estou com saudades.


Abraços a todos!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

DICAS CULTURAIS: Decoração de Natal

Continuando com as dicas culturais neste período sem aulas e em tempo de Natal, fica a sugestão de visitar a decoração de Natal da Paróquia São José do Jaguaré.


Paróquia S. José do Jaguaré - Decoração Natalina 10/12/2010 Paroquia S. Jose do Jaguaré 17/12/2010 Paroquia S. Jose do Jaguaré 17/12/2010 Paroquia S. Jose do Jaguaré 17/12/2010 Paróquia S. José do Jaguaré - Decoração Natalina 10/12/2010Paróquia S. José do Jaguaré - Decoração Natalina 10/12/2010


A decoração de Natal do lado de fora da Paróquia funciona diariamente das 20h até as 23 horas, até o fim de dezembro e inicio de janeiro. Pode ser vista perto ou longe, em todo o pátio da igreja.


Paróquia São José do Jaguaré 19-12-2010 Paróquia São José do Jaguaré 19-12-2010 Paroquia S. Jose do Jaguaré 17/12/2010Paróquia São José do Jaguaré 19-12-2010


A decoração interna da Paróquia também ficará até o fim de dezembro e início de janeiro. Porém só pode ser vista quando a igreja está aberta, geralmente durante as missas. Fica ai o convite para as Missas de Natal: dia 24/12 às 20 horas e dia 25/12 às 10 horas da manhã. No fim do ano as Missas serão: dia 31/12 às 20 horas e dia 1º de janeiro às 10 horas da manhã.


As fotos desta página fazem parte do arquivo pessoal do Professor João César. Vale à pena visitar pessoalmente, pois detalhes e clima próprios não são transmitidos por fotos.



sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

DICAS CULTURAIS: 21ª Mostra de Presépios





21ª Mostra Franciscana de Presépios 2010  21ª Mostra Franciscana de Presépios 2010


O primeiro presépio foi montado por São Francisco de Assis, séculos atrás, para lembrar a cena do nascimento de Jesus Cristo (lembrando que Natal é a lembrança do nascimento de Cristo, e não do Papai Noel).


21ª Mostra Franciscana de Presépios 2010    21ª Mostra Franciscana de Presépios 2010 


Os franciscanos continuaram essa tradição iniciada por São Francisco, montando presépios pelo mundo inteiro (cada pais monta seu presépio com suas características culturais). E no centro de São Paulo, na Igreja São Francisco, costumam mostrar vários desses presépios. Essa mostra de presépios ocorre há vinte um anos e vale à pena ser visitada.


21ª Mostra Franciscana de Presépios 2010 21ª Mostra Franciscana de Presépios 2010


O QUÊ: 21ª Mostra Franciscana de Presépios.
ONDE:  Igreja São Francisco - Largo São Francisco, 133 - São Paulo (Centro).
QUANDO: de 08 de dezembro de 2010 até 02 de janeiro de 2001, das 10 às 18 horas.
A entrada é gratuita e não há restrição de idade.
Maiores informações: http://www.franciscanos.org.br/v3/cultura/especiais/2010/exposicao_presepio_sf/

Observação: as fotos que ilustram esta página foram feitas pelo Professor João César, por ocasião de sua visita à Mostra de Presépios, com autorização dos frades. Mas nada substitui a beleza de visitar pessoalmente. Mesmo porque são mais de vinte presépios diferentes, feitos em várias partes do mundo, com materiais diferentes.



quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Há 169 anos atrás

Há 169 anos atrás, em 08 de dezembro de 1841, um jovem sacerdote italiano acolhia um adolescente órfão e analfabeto, que tinha sido enxotado pelo sacristão.


Em uma conversa sincera, com um sinal da cruz e uma Ave Maria, iniciou-se uma grande obra educativa, que espalhou-se pelo tempo e espaço, influenciando e mudando a vida de milhões de pessoas. E tudo começou com ACOLHIDA, DIÁLOGO E ORAÇÃO.


Estou falando de Dom Bosco, que na presente data acolheu, dialogou, orou e ensinou o jovem Bartolomeu. Este, trouxe, na semana seguinte, outros em situação semelhante. A estes juntaram-se outros. Eram centenas.


Que belo exemplo esse de Dom Bosco! Deve ser repetido por muitos por este mundo, se quisermos de fato que o jovem seja protagonista.


Aproveito para celebrar também a conclusão de um vídeo, que a direção da escola na qual trabalho, me encomendou, como síntese dos momentos que estivemos juntos à nossos educandos neste primeiro ano da história da nossa escola.


Que Dom Bosco continue a nos iluminar e a dar o exemplo de como educar nossas crianças e nossos adolescentes. De forma simples, mas atuante.


Afinal, prestaremos contas a Deus pelo que fizemos a cada um desses pequenos confiados a nós.


João César

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Seus sonhos foram muito mais alem...

Era um garoto de nove anos. Sonhou. Nesse sonho sentiu-se chamado a educar. Cresceu. Tornou-se sacerdote e educador. Aquele sonho multiplicou-se no tempo e no espaço, tornou-se realidade e chegou até nós. Antecipou com sua prática, o que estamos tentando fazer neste século XXI. Isto porque "os seus sonhos foram muito mais além"...


DOM BOSCO DOS SONHOS
Dalcides Biscalquin


Os teus sonhos percorreram tantas noites
e chegaram até nós como a luz no amanhecer,
Invadindo os nossos corações, cansados de esperar
O encanto e a magia das manhãs.


Os teus sonhos foram muito mais além
Do que os teus pés pisaram.
Os teus sonhos irão muito mais além
De onde já chegaram.



No jardim as flores têm ainda espinhos.
A beleza e a dor são as cores do caminho.
Os teus passos seguem firmes, ultrapassam as fronteiras,
Pois carregas o infinito no olhar.



Muitos jovens te encontram pelas praças,
Reconhecem tua voz na alegria de uma festa
E se tornam teus amigos. Eles todos fazem parte
Dos teus sonhos que agora vivem em nós.

domingo, 31 de outubro de 2010

Educação Laica versão exotérica

O tema deste meu texto é isso mesmo, por mais incoerente que pareça: "Educação Laica versão exotérica". Incoerente é a realidade na qual vivemos!


Todos nós sabemos que a Educação Escolar é laica, para que as diversas crenças e descrenças que existem em nosso rico pluralismo cultural sejam devidamente respeitadas. Em nome desse laicismo há aqueles que são extremamente radicais a ponto de verem algo religioso em tudo e, por isso, merecedor de punição. Só não veem indícios de religiosidade subliminar em festas importadas (como o Dia das Bruxas, no lugar de nosso Dia do Saci) e filmes com bruxinhas adolescentes (minha turma no C.E.U já assistiu a, pelo menos dois, em cerca de três meses: "Bruxinha Bibi 2" e "Lilli e o Dragãozinho").


Quer dizer: a religiosidade da maioria não pode ser manifestada em ambiente laico, mas a de determinados grupinhos pode, por meio de atitudes subliminares. Isso é correto?


Se me disserem que essas festas e filmes têm uma mensagem positiva a ser disseminada, concordo plenamente. Mas, e as outras expressões religiosas, também não tem algo positivo? Por que certas preferências? 


Deixo bem claro que sou  favor da Educação Laica, exatamente porque acredito que, assim sendo, a religiosidade de cada um pode ser respeitada - vivemos em uma sociedade de grande pluralismo cultural. Mas sou contra a essas imposições subliminares que são impostas a todos, em um ambiente que deveria ser laico.


Questão a ser pensada e debatida com racionalidade, sem paixões e radicalismos. Mas com atenção suficiente para questionar porque certa "cultura religiosa" pode estar presente por meio de festividades descontextualizadas e filmes bonitinhos.


Professor João Cesar

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Como vai, colega educador?

Como vai, colega educador?


Parece uma pergunta tola, mas não é!

Olhe para dentro de você, seja sincero. 


Vou começar respondendo por mim, ai você fica mais à vontade, certo?


Bem mesmo, não ando, mas poderia ser pior. Não sou otimista, nem pessimista, mas realista. 


Quando escolhi esta profissão, tinha 14 anos de idade, estava na oitava série e fui convencido a mudar de caminho, pois em 1989 o negócio já não estava assim tão bom. Quando conclui o antigo Magistério, mais críticas e conversas para eu desistir. Todos ficaram horrorizados quando comecei a lecionar. "Com tanto futuro, esse ai poderia ser jornalista, escritor, advogado ou padre", diziam. De fato, tenho tendências a tudo isso, mas não é porque a profissão não anda bem que eu não vou insistir nela. Sou professor, essa é a minha escolha!


Mais de uma década que estou na ativa, tive muitas oportunidades de pular fora, e não pulei, nem pretendo pular. Já passei por muitas dificuldades, ameaças, até mesmo atentados, mas não pulo fora por nada!


O leitor deve pensar: "esse ai é doido mesmo!" Respondo que nada disso, apenas fortaleço-me diariamente das seguintes formas:


a) Consciência história: sei que minha profissão foi melhor valorizada no passado, que meus antecessores foram abrindo mão de vários direitos em nome de não sei o quê. Na medida do possível deixo claro que não abro mão dos direitos que ainda sobraram, doa a quem doer!


b) Objetivo bem claro: tenho consciência de que não mudo o mundo com meu trabalho docente, nem aos outros, mas posso estabelecer uma troca saudável entre eu e o outro. O outro me enriquece e eu enriqueço o outro; faço-me presente nele, e ele em mim; enfim, participamos das conquistas e derrotas mutuamente, somos parceiros de caminhada. E no caso da criança, essa caminhada dá-se de forma lúdica, a alfabetização e a formação do conhecimento podem ser uma "brincadeira" a mais em nossas vidas. Pelo menos, até agora, tem dado resultados e nenhuma quinquilharia que tentam impor desvia-me deste rumo, que não é meu, mas nosso.



c) Vínculo Comunitário: Há mais de quinze anos trabalho com a mesma comunidade. No começo foi muito difícil. Como em todos os lugares, há seus pontos positivos e seus pontos a melhorar. Em uma comunidade periférica, onde mais da metade da população está abaixo dos 30 anos de idade, com perfil de alta vulnerabilidade social, o negócio é pior. Mas pessoas que mostraram muito carinho para com essa Comunidade serviram-me de exemplo a persistir. E deu certo. A Comunidade não mudou (até parece que piorou), mas os vínculos estão fortes. As vezes ficar na porta da escola dando um sorriso àquela mãe carrancuda pode fazer a diferença, pode desarmar uma bomba; entrar numa rodinha de conversa ou de brincadeiras dos alunos e mostrar interesse por isso, pode fazer uma diferença enorme; encontrar com esse aluno ou sua família na rua ou no ônibus e perguntar sinceramente se estão bem, desamarra caras fechadas e sombrias. Não soluciona problemas, mas impede a criação de novos e pode até mesmo diminuir os existentes. Palavra chave: diálogo!



d) Espiritualidade: cuidar de meu relacionamento comigo e com os outros é uma questão de espiritualidade. Como me vejo? Como vejo o mundo? Isto não depende, necessariamente, de Religião, mas de como relaciono-me comigo, com os outros e com o transcendente. Tem coisa que a Ciência não consegue explicar de forma satisfatória como, por exemplo, o relacionamento professor-aluno (tentam, mas as respostas possíveis e atuais, não me satisfazem). Isso é o que chamo de Transcendente, aquilo que não está em mim, nem no outro, mas no caminho entre nós. Este ponto é vital, sem o qual nada é possível: posso ter ótimos livros, ótimos computadores, mas se não interajo com o aluno, ajudado por esses meios, não acontece nada! Cuidar de minha espiritualidade é aguçar meu olhar para aquilo que não se vê, é curtir uma música, um filme, um livro, é revigorar minhas energias. E isso, por mais que neguem, é real, é fato. A sabedoria popular diz que "saco vazio não para em pé". Não sou saco vazio, tenho algo dentro e preciso cuidar desse algo.



Enfim, amigo educador, vou terminando aqui, pois a conversa já está longa.


Agora é sua vez. Como anda sua consciência sobre a profissão, anda abrindo mão de muita coisa sem clareza? Seu objetivo é claro e você elimina as quinquilharias que tentam afastar dele? Como é seu vínculo comunitário? - lembre-se de que, às vezes, é preciso abrir mão de algo para conquistar coisas maiores (o mar, em sua imensidão, abaixa-se para receber as águas dos rios). Como anda sua espiritualidade, seu interior? E sua privacidade: você mostra aos outros até que ponto podem chegar com você e vice versa? Eu faço isso, para evitar que mundos tão ricos se invadam e se anulem!


Pense bem antes de responder-me. Não aceito resposta escrita, quero olhar em seus olhos, sentir cada palavra que me falar. Afinal, o corpo e o olhar falam mais do que mil palavras.


Abraços e feliz dia dos professores a todos nós!


 João César

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dia da criança ou criança todo dia?

DIA DA CRIANÇA OU CRIANÇA TODO DIA?



Infelizmente, há datas que têm sua finalidade deturpada pelas pessoas. Assim é o dia da criança. Fala-se muito da criança, dá-se muitos presentes, mas no resto do ano, as pessoas não se fazem presente na vida das crianças.



Muitas crianças gostariam, ao invés de um presente uma vez por ano, que as pessoas estivessem presentes em suas vidas diariamente. E não venha justificar-se com a correria do dia a dia, pois presença não se faz somente pelo tempo dedicado (quantidade), mas pela intensidade (qualidade) do tempo em que se dedica a alguém.



Isso lembra aquela história do pai que nunca tinha tempo para seu filho, pois era um mártir do trabalho, a fim de dar a família condições dignas de vida. Mas toda noite passava pela cama do filho, acariciava-o, dizia-lhes umas palavras afetuosas e deixava um nó no lençol, como prova de que esteve ali por alguns segundos.



Também lembro-me de um fato recente (julho de 2010), ocorrido com uma aluna minha, na formatura do PROERD: seu pai, caminhoneiro, trouxe a filha até a porta da escola, abraçou-a profundamente, disse ter muito orgulho dela, mas que não daria para ficar na formatura, pois tinha que descarregar o caminhão. Esse pai disse também que a mãe da menina, já falecida, com certeza estava muito orgulhosa, vendo tudo do céu. Essa menina, sorridente e alegre, sempre tem seus pais presentes em seu coração. Por isso mesmo é uma aluna que se destaca no aprendizado e no comportamento, como outros também.



Nestes mais de dezesseis anos de docência, tive várias  outras experiências de pais e mães que poderia argumentar que não tinham tempo a seus filhos (e não tinham mesmo, se levarmos em conta o tempo cronológico), mas davam o máximo de si: mães analfabetas que reservavam alguns segundos suados para ver os cadernos dos filhos e fazer elogios aos progressos que viam e sentiam ali, mesmo não sendo capazes de ler o que estava escrito; pais que, mesmo cansados do trabalho, eram capazes de beijar a mulher e os filhos, que não tinham dinheiro para dar presentes, mas estavam presentes.



Preferi dar esses exemplos positivos, mas quero lembrar também daqueles pais que nunca estão presentes, mas fazem questão de encher os filhos de presentes e nunca dão-lhes uma palavrinha de carinho, nem uma correção afetuosa quando os filhos erram; aqueles que são apenas motoristas, levando a criança à escola ou catequese, e nunca se preocupam em perguntar aos educadores como suas crianças estão; aqueles que renegam a criança na frente de todos, como se ela fosse consequência de um aborto mal sucedido - infelizmente, atendo vários casos assim onde leciono.


O extremo dessa omissão toda também é prejudicial, como aqueles que querem corrigir os filhos de qualquer modo, inclusive humilhando-os ou espancando-os, quando não explorando ou abusando;ou formas mais sutis, como a superproteção, que tira a iniciativa da criança em agir. Tudo isso – omissão e certas ações, são formas de negligência, de crueldade.



E o que falar daquele tipo que só visita a criança (tanto em seu lar, como no orfanato), somente no dia 12 de outubro? Ou que percorre as ruas, nessa mesma data, distribuindo presentes e guloseimas, mas nos outros dias faz questão de cuidar bem de seu “totó” e gritar em altos brados “morte e cadeia aos menores abandonados”?



Em meio a tudo isso fico muito feliz com iniciativas de pessoas e entidades que tratam da criança o ano todo. Os padres Rosalvinos, Robertos, Julios – e tantos outros, que estão ali, com as crianças diariamente, em suas necessidades, fazendo-se presença viva e atuante, muito mais do que pais. E também os pais que citei anonimamente no incio deste texto. De pessoas assim, presentes o ano inteiro, verdadeiros presentes na vida das crianças.


E termino dedicando um carinho especial à todas as crianças que nestes  mais de dezesseis anos de Educador passaram por mim (e as que passam, e aquelas que passarão), sobretudo as mais problemáticas, com seu jeito de gritar por socorro. Agradeço a Deus por colocá-las em meu caminho, pois tenho consciência de que estou servido a Ele nelas.



Que Deus continue dando-me forças para que eu seja capaz de fazer a diferença na vida das crianças, diariamente, e não somente no dia 12 de outubro. Bênçãos também a eles, meus colegas educadores (inúmeros e anônimos) que dedicam-se às crianças. E, claro, bênçãos também aos inúmeros Rosalvinos, Robertos e Júlios que me mostram que o caminho é a Educação.



Minha gratidão a todos!


João César
12 de outubro de 2010.
http://pazeduca.pro.br/profjoao

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Breves notas explicativas, de nomes citados no texto:


"Roberto": Referência ao padre Roberto, da Congregação de Santa Cruz, (família religiosa fundada pelo padre Moreau, conhecida em São Paulo pelo colégio de mesmo nome) que mantém vários núcleos socio-educativos no bairro do Jaguaré, atendendo aproximadamente 800 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social.




"Rosalvino": Padre Rosalvino, sacerdote salesiano (congregação fundada por Dom Bosco) que possui um enorme e belíssimo trabalho sócio-educativo no bairro de Itaquera.




"Júlio": Padre Júlio Lancelotti, atuante junto a menores abandonados, crianças aidéticas e moradores de rua, por isso mesmo invejado e perseguido por muitos. Atua sobretudo na zona leste paulistana.

domingo, 19 de setembro de 2010

Administrar corretamente

Neste fim de semana (18 e19/09/2010) as comunidades católicas são levadas a refletir, em sua liturgia, sobre a administração de bens (tanto temporais, como espirituais).



Adminstrador é todo aquele que deve (ou deveria) cuidar de bens que não lhe pertence.



Na primeira leitura, do livro do Profeta Amós (8,4-7), são denunciadas práticas daquele tempo que também continuam muito atuais: alterar preços e medidas e corromper o pobre por um par de sandálias. O Profeta conclui com uma advertência a esses péssimos administradores: "Deus jamais esquecerá o que fizeram".



No Evangelho (Lucas16,1-13), Jesus Cristo é bem claro, ao concluir a parábola do mal administrador (aquele que foi pego esbanjando bens e, usando de esperteza, remarcou para menos as dívidas dos credores de seu patrão, na esperança de ser contratado por eles): "Quem é fiel nas pequenas coisas, também é nas grandes e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes".



Foi muito oportuna a homilia (meditação que os padres fazem após a proclamação das leituras bíblicas na Missa) que um jovem pároco fez, em uma comunidade de um bairro vizinho ao meu, a partir desse tema: que educação estamos dando às nossas crianças, que acham comum pegar um chaveiro perdido apenas porque não achou o dono? Estamos confundindo o que é normal e natural com o que se torna comum - a poluição do ar e dos rios, por exemplo, é comum, mas não é natural. Da mesma forma que a poluição não deve ser aceita, pegar o que não lhe pertence deveria também ser repudiado! A criança que acha facilidade em pegar um chaveiro hoje, porque isso é comum, não terá dificuldades em pegar outras coisas alheias futuramente.



Pensemos que a criança aprende pelo exemplo, por aquilo que vê os outros fazendo. E ai? Pior: essa criança hoje será o adulto depois. Uma criança que pega um chaveiro que não lhe pertence, quando adulto, pegará o que não lhe pertence também e achará isso certo, porque "todo mundo faz".


Que tipo de sociedade queremos? Que tipo de valores estamos semeando -  ou deixando de semear com nossas atitudes (ou se não nossas, com nossa conivência)?



Questões para serem refletidas, sobretudo em um ano eleitoral, no qual estaremos escolhendo administradores de bens nossos, de todos. "Se todos não prestam", como geralmente achamos, por que permitimos que concorram a cargos tão importantes? Será que permitiríamos que qualquer um entrasse e cuidasse de nossas casas? Então por que permitiríamos isso na grande casa de todos nós, que é nosso pais?



Menos corrupção e menos palhaçada depende de cada um de nós. O que não queremos dentro de nossas casas não podemos aceitar dentro de nosso pais. Essa meditação, comparando a casa ao país, é minha e quero compartilhar com todos que aceitem.



Vamos parar de dar as chaves de nosso pais a qualquer um, da mesma forma que não damos as chaves de nossas casas a qualquer um. Vamos parar de dar mal exemplos a nossas crianças, achando que tudo isso é certo, senão não teremos moral de cobrar nada delas.


Professor João César.



domingo, 5 de setembro de 2010

Disciplina

Viver em sociedade pressupõe uma série de coisas, dentre as quais, saber conviver com o outro, respeitando-o da mesma forma que gostaria de ser respeitado. E, para haver esse respeito mútuo, existem as regras de convivência.



Para que as regras de convivência sejam respeitadas por todos deve-se haver disciplina, que não deve ser confundida com medo, terror. Pois quem tem medo, respeita somente sob pressão; ausente a situação que impõe medo, já deixa de respeitar. Disciplina é algo que vai além, cria condições de organização e observância, de tal forma que o respeito ocorre independente da situação.

Deve haver disciplina em tudo na vida: no trabalho, na vida de fé, no lazer e em todos os ambientes dos quais participamos. Sem disciplina, há bagunça e desrespeito: faz-se somente o que quer e como quer, independente de prejudicar ou não os outros.



Quem ama educa, quem educa põe disciplina. Há pouco, cheguei da Missa Dominical em uma comunidade vizinha, na qual o Padre falava sobre a disciplina na fé (usando exatamente essa diferenciação entre disciplina e medo, que expus acima), uma vez que o Evangelho desta Missa (Lucas 14, 25-33) trata dos critérios que devemos ter em disciplinar nossa vida de fé, elegendo prioridades e planejamentos. Não sei se é porque havia criança barulhenta na porta da igreja, o Padre, ótimo pedagogo (como muitos o são em sua família religiosa) citou o exemplo da disciplina da criança, contando o caso de uma menina pequena que corria por uma loja e respondeu de forma grosseira à bronca de sua mãe. Concluiu o jovem pároco que se não pusermos disciplina em nossos filhos estaremos criando e alimentando monstrinhos, pois amar é educar, é mostrar limites, é disciplinar.

Fiquei pensando nas palavras desse sacerdote, comparando à situações de tantas crianças e adolescentes. Será que eles têm quem, de fato, os ame, a ponto de mostrar-lhes limites, disciplina? Ou será que, em nome de um falso amor, que tem medo de magoar, tolera tudo, sem disciplina? Foi sobre esse falso amor, que tem medo de magoar, criar traumas, que o padre também tratou em sua homilia.



Deus nos ama, cuida de nós, nos educa. E nós, amamos nossos jovens, a ponto de educa-los também?!? Ou é mais fácil deixá-los crescer sem limites e lamentarmos sua sorte depois, dizendo que os jovens de hoje não prestam?

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Cumprir e Negociar

Recentemente postei em meu Twitter uma frase que falo sempre aos alunos: "Obrigação não se negocia, se cumpre. Outras coisas podemos negociar".

O que é obrigação se cumpre e pronto: o professor deve dar aula, o aluno deve participar adequadamente da aula, a família deve fornecer o sustento material dos filhos etc. É fazer sem discutir. Não existe negociação.

Por que coloco isso e dessa forma? Porque tenho alguns alunos (daquele tipo que existe em qualquer turma) que jogam na cara que fizeram a lição e, por isso, sentem-se no direito de fazer o que querem e da forma que querem. 

Eu coloco para eles que fazer a lição é seu dever, nada mais do que isso, da mesma forma que é meu dever dar aula e é dever da mãe dar-lhe comida. Será que eles ficariam satisfeitos se a mãe lhe dissesse para voltar amanhã para comer, ou condicionasse a comida a algo?

Já o que não é obrigação podemos negociar como, por exemplo, fazer uma brincadeira tranquila ao terminar o dever ou ler um livro - isso posso deixar a critério do aluno, posso negociar com ele. E, para quem acredita que, nesse exemplo, ninguém escolheria ler um livro, está muito enganado. Se muitos optam pela brincadeira, um número semelhante opta pela leitura! Agora, optar por fazer ou não seus deveres, respeitar ou não os outros que compartilham o mesmo ambiente de aprendizagem, isso não permito em nenhuma circunstância.


É uma questão de limite, de responsabilidade, de cidadania. Afinal, o que queremos formar socialmente? Já não chegam os contraexemplos no campo da política e do futebol que pipocam aqui e ali?!

E quanto aos direitos? Tenho espalhado pelas paredes da classe um breve resumo dos direitos assegurados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (veja abaixo). Ao invés de ficar lamentando e combatendo essa lei, adotei-a como minha aliada, ao deixar claro que são direitos de todas as crianças e de todos os adolescente, não somente de um, uma vez que não existe classe formada somente por um aluno e que o aluno existe como tal fazendo parte de um agrupamento - ai volta a questão inicial, de que ninguém é mais ou menos importante do que o outro a ponto de querer negociar o que é sua obrigação.


Prof. João César
Agosto de 2010

Direitos e Deveres de Crianças e Adolescentes

terça-feira, 13 de julho de 2010

Comunico-me, portanto, existo

O ser humano é o ser da comunicação. Existimos a partir do que comunicamos. E a comunicação vai muito além das palavras: somos capazes de comunicarmos pelo nosso corpo, pelas nossas atitudes.

Nas escolas fala-se muito em habilidades e conteúdos a serem trabalhados. E eles são cobrados por meio de avaliações institucionais (Prova Brasil, Prova São Paulo, Prova da Cidade, Saresp, Enem e uma infinidade de instrumentos). Cobram-se elementos que toda escola deveria trabalhar, mas esquece-se que, antes de conteúdos, deveríamos trabalhar capacidades comunicativas. Como podemos cobrar a mesma coisa de alunos que passam por situações diversas: aqueles que têm quem lhes eduque em família e aqueles que têm que se virar sozinho; aqueles que estão em condições propícias e aqueles que estão muito atrás do processo (inclusão); aqueles que têm uma escala de valores e os que ainda não a tem; aqueles que são providos no lar (encaram a escola como provedora de conhecimentos) e os que são desprovidos de tudo (e encaram a escola como provedora do que lhes é negado no lar). Não está faltando aprimorar a capacidade comunicativa das pessoas e das instituições?!? O discurso "educação para todos" não está encobrindo uma falha comunicativa entre os envolvidos no processo?!?


Nos meios de comunicação social (TV, rádio, teatro, internet etc) fala-se muito em formar consciências, em informar as pessoas de forma imparcial, neutra. Mas uma informação parcial, que enfoca apenas um lado da questão, que mostra somente o que determina quem tem um suposto poder, está informando ou deformando?!? Mostrar somente o lado negativo da vida, enfatizando-o, e ignorar fatos positivos ou as diversas versões de um mesmo fato, é comunicar?!? Enfim, eles informar e formam, ou deformam mentes? Geram consciência ou criam opiniões parciais? Comunicam o quê?


Nas Igrejas, em especial, na Igreja Católica, fala-se muito em Pastoral da Comunicação, como se esta fosse uma novidade a ser empregada. Mas se na Igreja há uma comunicação eficiente entre seus membros, entre seus diversos grupos e comunidades, a Pastoral da Comunicação não precisa ser formada, exatamente porque ela já existe! Precisamos apenas fortalecer a comunicação que ai existe, sobretudo aquela comunicação do olhar, da postura corporal, da acolhida. Tudo o mais será consequência.


Em todas as instituições (escola, família, igreja etc), há uma tendência muito forte em se enfatizar os meios, como se estes fossem soluções comunicativas. De nada adianta eu ter uma emissora de TV ou rárdio, um auditório ou um site, se eles são instrumentos que se esgotam em si. Quantas peças teatrais, quantos livros, quantos programas e sites conhecemos e que não retratam nada do que é vivenciado nessas instituições. Faça-se um levantamento de, por exemplo, quantos sites que estão no ar, estão, de fato, com informações atualizadas (verifique-se isto, por exemplo, nos sites que pretendem representar alguma igreja ou movimento social).


Um instrumento deve revelar o fruto do processo comunicativo que há na instituição promotora dele. Uma prova institucional terá seus resultados (as tais das proficiências, tão cobradas por gestores) reais se o processo educativo da escola acontecer de forma comunicativa e dialógica. Um programa televisivo ou radiofônico formará consciências se os seus detentores forem capazes de comunicar de forma integral, não parcial. Um site será eficiente se for fruto de processos comunicativos entre os integrantes da instituição que é revelada por ele.


Sem cuidados básicos, o ser humano não comunica nada. Apenas mascara realidades, deforma, aliena. E ninguém está vacinado contra este mal, nem deve ficar acusando os outros pelos insucessos, uma vez que conquistas e derrotas não são individuais, mas coletivas. Veja-se o exemplo de um time de futebol: uma vitória ou uma derrota é de todos, desde os atletas que suaram a camisa em campo, como de seus treinadores e dirigentes.

Está na hora, se é que não se passou, de pararmos tudo o que fazemos (ou deixamos de fazer) e avaliarmos nossas capacidades comunicativas. Sem isso, estaremos construindo nossa ruina, por ação ou omissão. Esse é o preço de sermos seres sociais, comunicativos, dependentes uns dos outros.

Professor João César
Julho de 2010
http://pazeduca.pro.br/contato

Julho de 2010
http://pazeduca.pro.br/contato

OBSERVAÇÃO NECESSÁRIA:

1) Antes que criem mal entendido com algumas colocações minhas, já adianto que não sou contra a diversidade em sala de aula, nem às avaliações institucionais (segundo parágrafo de meu texto), mas sou favorável a uma flexibilização inexistente nas avaliações. Afinal, não podemos nivelar educandos com necessidades diversas, isso é um crime e depõe contra todas as conquistas inclusivas. Aliás, sou tão favorável à inclusão que, há mais de 10 anos atrás, fui uns dos primeiros professores a ter em sala de aula um aluno com paralisia cerebral. Recentemente comentáva com meu Coordenador Pedagógico que meu quarto ano tem uma riqueza imensa, uma vez que há grande diversidade na faixa etária. Isso tudo atesta que sou favorável à inclusão, desde que a mesma ocorra de verdade, não somente de forma poética.

2) Quanto a questão da mídia parcial, conheço jornalistas que são íntegros e não compactuam com  essa deformidade que certos meios de comunicação tentam impor sobre a população.

3) Também não combato a Pastoral da Comunicação. Apenas elucido que ela é fruto de um processo comunicativo maduro, que nossas pastorais católicas não estão sabendo ter. Haja visto o numero de pessoas que não se sentem acolhidas em suas necessidades em nossas comunidades.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Valores atuais

Neste domingo tive a oportunidade de escutar um relato de que nem tudo está perdido. Ao final da celebração da Missa, no momento dos avisos, o padre contou brevemente de uma experiência que passara na casa de uma família.

Após almoçar com aquela família, duas crianças que até então brincavam como qualquer outra criança, propuseram a esse sacerdote e seu seminarista uma sabatina bíblica. Foi a oportunidade que o padre teve para comprovar que vivenciar os valores cristãos pode ser algo natural se a família assim o quiser. Na atitude daquelas crianças,, que brincavam normalmente, não havia nada de alienante. Muito pelo contrário, não precisavam abandonar sua infância para vivenciar os valores - estes estavam presentes junto às brincadeiras, a vida normal.

Isso faz pensar nos tipos de valores estamos ensinando, ou melhor, vivenciando com nossas crianças. O padre concluiu sua breve fala com a recomendação de que devemos falar de Deus para as crianças, e de forma natural. "Uma geração que sabe de cor os passos do rebolation, devem também saber algo sobre Deus", finalizou o sacerdote ao sugerir como compromisso da semana orientar as crianças no caminho para Deus.

No caminho de volta para casa fiquei pensando nas palavras daquele padre que estava rodeado de coroinhas e sorria para as crianças de colo que choravam durante a celebração. Fiquei refletindo quantas vezes nos incomodamos com a presença barulhenta das crianças perto de nós ao invés de orientarmos essas mesmas crianças. Lembrei-me, de imediato, do carisma da família religiosa daquele padre, de seu fundador e do que ele significa para milhões de crianças e adolescentes por este mundo afora. E conclui que seria muito mais fácil renunciarmos ao nosso jeito adulto e sisudo de ver o mundo, para vê-lo a partir dos olhos simples de crianças, crianças estas que precisam ser orientadas, e não abandonadas em um canto qualquer, em nome de uma suposta tranquilidade.

Devemos lembrar que investir na formação de uma criança, vivenciando com ela uma escala de valores, é a certeza de que poderemos contar com uma tranquilidade próxima. Criança não é estorvo, nem erva daninha que deve ser deixada à sua sorte. É, isto sim, a certeza de que o mundo ainda tem jeito.

Afinal, essa é a aposta de Deus, ao enviar as crianças até nós. E o que fazemos com elas, que nos são confiadas? Prestaremos contas um dia...

Mesmo para quem não acredita em Deus, ao menos tenha em mente que a escala de valores que vivenciamos (ou não) com as crianças é uma espécie de poupança que fazemos para toda a vida: não podemos exigir de uma criança aquilo que não fornecemos a ela.

Como disse, certa vez, um outro sacerdote católico em forma de canção: "menores abandonados, alguém os abandonou; pequenos e mal amados, o progresso não os adotou".

Lembremo-nos que o ser humano se constroi por meio do relacionamento com outros seres humanos. Que tipo de vivência, de relacionamentos, oferecemos (enquanto sociedade) para nossas crianças? Afinal, não só de rebolation se vive. É bom dançar, é bom se divertir, mas a vida vai muito além disso.

João César.
junho de 2010

domingo, 27 de junho de 2010

Brasil Vencedor

Brasil vencedor! Esse é o desejo de todos nós, neste tempo de Copa do Mundo. As ruas e prédios ficam coloridos de verde e amarelo. A Bandeira Nacional está presente em todos os lugares.

Isso tudo é lindo, é ótimo, mostra o carinho que todos têm pelo pais e seus representantes no esporte que é a maior paixão nacional.

Mas devemos querer que o Brasil também seja vencedor fora dos campos: na vida nossa de cada dia.
Que tal usarmos toda essa vibração positiva, toda essa alegria e carinho para com nossa seleção futebolista, também nas diversas necessidades de nosso pais, ao longo do ano? Afinal, somos brasileiros somente há cada quatro anos ou sempre? Queremos nossa pátria alegre e dando certo somente por noventa minutos de jogo ou durante todos os momentos do ano?

sábado, 26 de junho de 2010

Comunidade Viva - Vinculos Educativos

Neste sábado, 26 de junho de 2010 foi reposta, no CEU EMEF Jaguaré, a aula do dia 25/06/2010, por ocasião do Jogo da Seleção Brasileira na Copa do Mundo (aula suspensa conforme determinação, via decreto, do Sr. Prefeito). Mais do que reposição, tivemos um lindo exemplo de construção e fortalecimento de vínculos dos alunos para com a Escola (e vice versa).

Alunos de quinta a oitava série participaram de um campeonato - antes das 08 horas da manhã já esperavam ansiosamente na portaria do CEU.

Alunos de primeira a quarta série participaram de uma animada caça ao tesouro, buscando de forma participativa e colaborativa (pequenos e grandes juntos) pelas pistas. Vibravam a cada pista descoberta e, sobretudo, quando acharam a chave que abre o cofre do tesouro. Compatilharam de dois tesouros: o da colaboração e participação (ao buscarem pelas pistas) e o tesouro que estava dentro do cofre (balas e pirulitos). Terminada a caça ao tesouro, todos puderam brincar alegremente no pátio, junto com os colegas e educadores.

Isto tudo fortalece os vinculo entre Comunidade e Escola, atualizando a prática de um grande educador do século XIX, o qual antecipou muita coisa que ainda ensaiamos em pleno século XXI:

"Que os jovens não sejam amados, mas que eles próprios saibam que são amados... Que, sendo amados nas coisas que lhe agradam, aprendam a ver o amor nas coisas que naturalmente pouco lhe agradam..." 
(João Melchior Bosco, conhecido por Dom Bosco - leia seu testamento espiritual e pedagógico em uma de suas cartas, disponibilizada no link: http://pazeduca.pro.br/dombosco/?page_id=48).


domingo, 13 de junho de 2010

Comunidade Viva - Festa Junina no CEU Jaguare

FESTA JUNINA NO CEU JAGUARÉ
Para qualquer pessoa pode parecer mais uma das diversas festas juninas que ocorrem pelo bairro. Mas para quem participou o significado pode ser outro, mesmo que não se dê conta em um primeiro momento.
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Comentei com meus alunos ao longo da semana que essa festa junina é um marco em nossas vidas, uma vez é rara a oportunidade de se estar presente a primeira festa junina de uma escola. A princípio não se tem uma noção clara disso, mas com o passar dos anos poderemos lembrar de que participamos dessa primeira festa da escola. Basta perguntar para os mais adiantados em idade se tiveram oportunidade de inaugurar e participar das primeiras atividades da escola na qual estudaram.
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Por ser primeira festa e, por ocorrer em mesma data de outras no bairro, a presença do público foi significativa. Fiz questão de chegar bem antes do meu horário de trabalho para ter a oportunidade de filmar, fotografar e interagir com as pessoas (tudo devidamente autorizado por meus superiores hierárquicos). Vi muita alegria e tranquilidade em todos os rostos. Parei para conversar com muita gente conhecida:  desde alunos, ex alunos e respectivos familiares até mesmo com um senhor da melhor idade que me contou detalhes dos prédios industriais do entorno. E repito: em todos os rostos via-se claramente tranquilidade e alegria.
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Por meio desses contatos pessoais informais é que me dei conta daquilo que falei sobre o marco histórico. Ao coletar imagens me dei conta de que todos ali naquele ambiente estavam participado na escrita da história desse importante equipamento.
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Mesmo que alguns números de danças estivessem quase comprometidos pelo não comparecimento de muitos que tinham ensaiado anteriormente, nada apagou o brilho desse primeira festa. Vibrei muito com a apresentação de meus alunos, mas também com todas as apresentações do restante da escola. Fiquei petrificado e emocionado com as apresentações dos pequenos das outras duas escolas que formam o CEU (a Emei e o Cei), bem como com a plateia ali presente (em sua maioria, formada por pais, mães e avós corujas).
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Acredito que o pontapé inicial de intercâmbio com a comunidade do entorno foi dado - e muito bem dado. Precisamos agora manter essa bola em nossos pés a fim de marcarmos um brilhante gol na medida em que a comunidade perceba que estamos trabalhando com eles, e não para eles - nesse momento muitas das dificuldades que encontramos desaparecerão.
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Enfim, sinto-me orgulhoso e muito emocionado por estar presente nesse momento impar de nossa história. Sinto-me principalmente na responsabilidade de colaborar com esse gol que citei acima.
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Meus agradecimentos a todos que estiveram envolvidos com tudo isso. Especialmente agradeço a Professora Telma, minha estimada amiga aposentada, que não mediu esforços em seu trabalho voluntário de ensaiar vários de nossos alunos. Somente Deus é capaz de pagar devidamente a todos os que contribuíram para acender os sorrisos de nossas crianças.
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Abraços fraternais a todos!
João César
junho de 2010.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Stop Estupidez


STOP ESTUPIDEZ
Elias Muniz



Às vezes eu fico pensando
O que será da gente
Nas mãos desses homens
Que nem parecem gente
Êta mundo velho
Mundo complicado

Preferem apostar nas guerras
Parece doença
Tá sobrando ódio
Falta consciência
Êta mundo louco
Mundo atrapalhado

Quantos bilhões que são desperdiçados
Destruindo tantas vidas inocentes
Em vez de usá-los no combate ao câncer
No combate à fome de tanta gente
Eu me pergunto o que será que falta
Pro homem acordar de vez
O amor grita
Stop estupidez

Paz, precisamos de paz
O mundo está carente de paz
E mais humanidade
Luz, precisamos de luz
O mundo está sedento de luz
E solidariedade
Stop estupidez
Chega de maldade.

Interpretação: Grupo ir ao povo

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Depende de nos



DEPENDE DE NÓS

Composição: Ségio Mendes

 
Depende de nós
Quem já foi ou ainda é criança
Que acredita ou tem esperança
Quem faz tudo pra um mundo melhor


Depende de nós
Que o circo esteja armado
Que o palhaço esteja engraçado
Que o riso esteja no ar
Sem que a gente precise sonhar


Que os ventos cantem nos galhos
Que as folhas bebam orvalhos
Que o sol descortine mais as manhãs


Depende de nós
Se este mundo ainda tem jeito
Apesar do que o homem tem feito
Se a vida sobreviverá

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Um novo Sol

Video com a música "Um novo Sol", diretamente do canal de Dalcides Biscalquin, no YouTube.


UM NOVO SOL
Dalcides Biscalquin


Uma terra que já não tem fronteiras,
Senão mãos que juntas formarão
Uma corrente mais forte que a guerra e que a morte.
Já sabemos, o caminho é o amor.

Uma pátria mais justa e mais fraterna,
Onde todos construamos a unidade,

Onde não há rejeitados, porque todos são chamados.
Já sabemos, o caminho é o amor.

Um novo sol se levanta
Sobre a nova civilização que hoje nasce;
Uma corrente mais forte que o ódio e que a morte.
Já sabemos, o caminho é o amor.


A justiça é a força que traz a paz.
O amor é que leva a perdoar.
A verdade é a força que nos traz libertação.
Já sabemos, o caminho é o amor.

Quem tem muito partilha sua riqueza.
Quem sabe não impõe o seu pensar.
Quem manda entende que poder é um serviço.
Já sabemos, o caminho é o amor.

Quem confia contagia com sua vida
E a dor se cobre com amor
Porque a gente se sente solidário com o mundo.
Já sabemos, o caminho é o amor.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Pascoa

Páscoa


Páscoa quer dizer passagem, mudança de vida.

Na Páscoa lembramos quando Jesus Cristo voltou a viver: passou da morte para a vida.

Por isso Páscoa quer dizer também: MUDANÇA DE VIDA, VIDA NOVA.

A Páscoa é representada:

Pelo ovo: ele traz dentro uma nova vida, a do pintinho, do passarinho.

Pelo coelho: ele tem muitos filhotes, muitas novas vidas.

A Páscoa deve ser essa VIDA NOVA para nós.

E você: o que precisa mudar para que sua vida seja nova também?


Autor: João Cesar.

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POR QUE CADA ANO A PÁSCOA TEM UMA DATA DIFERENTE?

Na verdade, a Páscoa Cristã (Ressurreição de Jesus Cristo) é consequência de duas outras datas:


1) A Páscoa judaica (que coincidiu com a morte e ressurreição de Jesus Cristo - basta lembrar que os judeus tiveram pressa em crucificar e retirar Jesus da cruz, pois estavam na véspera da páscoa judaica e não queriam estragar a solenidade, veja isso nos Evangelhos,especialmente no de São João, cap. 19, versículo 31).


2) Festas pagãs de comunidades europeias primitivas, que festejavam a chegada da Primavera e reverenciavam a natureza por seus frutos.


Então a Páscoa enquanto data é resultado da junção dessas duas datas, com prevalência óbvia da morte e ressurreição de Jesus Cristo, sobretudo para substituir a festa pagã da primavera.


Dessa forma, a Páscoa sempre é comemorada na noite do sábado da primeira lua cheia após o equinócio de março, continuando no domingo, dai a Páscoa sempre no domingo - primeiro dia da semana (início da primavera na Europa, outono para nós - vale lembrar das aulas de Geografia). Por isso a data da Páscoa sempre é móvel, pois segue o calendário lunar.


E a Páscoa é a data central do calendário católico. A partir dela (noite do 1º sábado de lua cheia após o equinócio de março) são calculadas todas as outras datas católicas, antes e depois:


• Quarenta dias antes é a Quaresma (lembrando os 40 dias que Jesus esteve no deserto), antes dela o carnaval e a quarta-feira de cinzas (o carnaval é calculado a partir da Páscoa, e não esta a partir dele).


• Cinquenta dias após a Páscoa temos Pentecostes (a vinda do Espírito Santo sobre os apóstolos, que estavam com medo, pois Jesus ressuscitado já havia voltado definitivamente ao céu na ascensão; a partir de Pentecostes ficaram com coragem de anunciar sua fé). Dai duas semanas, em uma 5ª feira, temos a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo.


Pode parecer que eu queira fazer catequese ou doutrinamento neste espaço. Nada disso. Quero apenas explicar o porque das datas móveis de origem católica. Mesmo porque são datas, em sua maioria, presentes no calendário civil.
Portanto nada mais justo conhecer suas origens.


Texto: João Cesar.

sábado, 13 de março de 2010

Alerta aos Educadores Paulistanos

Há pelo menos quatro anos há índicios muito fortes de uma terceirização/privatização do ensino municipal. Quando eu comentava, na ocasião, com alguns colegas, muitos duvidavam. Mas agora o negócio começa a "pegar forma".

Há decadas existem convênios com entidades particulares, sobretudo na questão dos CEIs (antigas creches): é mais fácil firmar convênios desse tipo do que fazer crescer a rede; é mais fácil colocar o dinheiro na mão das entidades, para elas se virarem, do que a própria administração fazer aquilo que é seu dever constitucioal: prover as necessidades educativas da população, e de forma direta (com seus equipamentos e seus recursos humanos, não os de terceiros).

Em 2006, por ocasião do Programa "São Paulo é uma escola", ao ampliar-se o tempo de permanência dos alunos dentro da escola (cumprindo a tal ampliação colocada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), criou-se em São Paulo a figura do oficineiro e das ONGs na Educação: as sextas aulas eram administradas por pessoas ligadas a entidades pagas pelo dinheiro público. Viu-se a criação de muitas ONGs para essa finalidade.

Claro que existem as ONGs sérias. Mas aflorou-se muitas com atitudes duvidosas. Por exemplo: juntar duas ou mais classes em uma única sala de aula e trabalhar capoeira, para ganhar por três turmas ao mesmo tempo. Nesse exemplo, obviamente, a qualidade do trabalho é nitidamente questionável pelos resultados obtidos: alunos machucados por trabalharem em espaço não compatível com a prática - e sobrava para os professores dessas turmas justificarem o injustificável para as mães que lhes reclamavam (quando não ameaçavam).

Paralelamente a isso, sempre existiram entidades ligadas a bancos e emissoras televisivas que se propuseram a fazer "trabalhos voluntários" dentro das escolas.  Nessas escolas o progresso não é atribuído ao trabalho docente, mas a esse trabalho terceirizado. Cria-se no inconsciente coletivo de que o público não tem qualidade, por isso o privado precisa se intrometer.

Junta-se a isso, mais recentemente, uma onda de propagandas institucionais de várias entidades e fundações mostrando seus feitos em suas instituições educativas, para alimentar ainda mais nesse inconsciente coletivo de que o privado gera soluções educacionais, o público está falido. Não cabe neste blog elencar essas entidades, mas devemos lembrar de algumas dessas propagandas, como a de uma fundação ligada a um grande banco privado, que diz possuir "a maior rede de ensino privado gratuito do Brasil";  ou de uma entidade ligada a industriários que sempre mostra sua qualidade no ensino técnico. Sem falar de uma entidade montada por um artista novelistico que sempre se coloca como "amigo" da escola (como se o docente fosse seu "inimigo" e, por isso, precisa de um "amigo" para melhorar-lhe a "qualidade").

Neste início de 2010 finalmente está se falando aos docentes sobre um "Plano Municipal de Educação". Acontece que esse plano não foi criado agora, é uma caminhada iniciada há anos, na qual o docente não foi chamado inicialmente. Sabe quem foi chamado desde o início e está contribuindo com sua "visão de educação"? Se ainda não se deu conta, volte ao início deste artigo e leia-o atentamente. Se ainda não percebeu porque há um discurso sobre as faltas dos professores e da criação de parâmetros institucionais de avaliação da rede, por favor, pare tudo agora e reflita profundamente sobre tudo o que estamos passando na rede nos últimos anos!

Agora pare um pouco e pense como o transporte coletivo vem sendo administrado aqui em São Paulo há mais de 10 anos. Não parece, mas tem tudo a ver com o que está acontecendo na Educação - e ninguém fala nada!

Veja: anteriormente tinhamos a CMTC (Companhia Municipal de Tranportes Coletivos), com frota própria e que controlava a frota de ônibus das empresas privadas (exatamente como acontece na Educação: a Prefeitura tem sua rede de escolas, mas gerencia as escolas particulares).

Acontece que a CMTC "comia" muito dinheiro público e era ineficiente. Então, ao invés de sanar os problemas internos dela, optou-se por "vendê-la" a empresas particulares (estas sim, são eficientes, como no discurso velado das entidades "parceiras" da Escola). A CMTC deixou de existir enquanto empresa pública (sua frota passou para empresas particulares) e em seu lugar criou-se um órgão gerenciador do transporte coletivo, a SPTrans (São Paulo Transportes): agora não tem mais frota, gerencia a frota das empresas particulares. Ou seja: trocou-se o público pelo terceirado, exatamente como ocorrerá com a Educação!

Continuando essa comparação da Educação com os transportes: sabe o que acontece com muitas empresas de ônibus aqui em São Paulo: elas não têm mais o funcionário com registro em carteira, contrata o motorista e o cobrador como um funcionário autônomo, numa espécie de "quarteirização" - dizem que é uma forma "eficiente" de se contratar, pois os encargos sociais "pesam" muito na folha de pagamento e que o funcionário registrado tem "muitos direitos" os quais atrapalham a "eficiência da empresa". Não parece com o discurso de que as faltas abonadas dos professores prejudicam a "qualidade" da educação?

Tem mais: há escolas particulares por este mundo afora que já "quarteirizaram" seu quadro docente, exatamente como várias empresas de ônibus fizeram com seus funcionários. Agora isso tudo chegar na rede municipal paulistana é uma questão de tempo!

Agora pare mais um pouco e reflita a quem interessa esse discurso de ótimos resultados em prova disso e daquilo. Pense também naquele seu aluno portador de necessidade especial, que teve um grande desempenho em aula, mas que as provas instituionais são incapazes de avaliar. Pense no porque sua gratificação salarial está atrelada aos resultados das provas institucionais e às faltas docentes. Pense numa rede estadual que já premia seus docentes por supostos "méritos". Pense num jornalista, proprietário de uma ONG, que critica o público e enaltece o privado. E, finalmente, compare, como eu fiz, o que aconteceu na administração do transporte coletivo paulistano e no que vem acontecendo conosco e em nosso sistema de ensino.

Pense com carinho. Mas não fique só no pensar e no lamentar. Porque enquanto estivermos lamentando e queixando, alguém estará tomando decisões em nosso lugar. E quando nos dermos conta, será muito tarde, estaremos "estufados e mortos" como o sapo que aqueceu-se junto às águas de sua lagoa: reclamava, mas não tomava qualquer atitude.

Escrevo e publico este arquivo em um fim de semana, fora de meu local e horário de trabalho, para que eu possa analisar a situação à distância, sem "sofrer" com as "consequências" do aquecimento da água de "nossa lagoa".

Abraços fraternais.


João César

Em tempo: estou cumprindo o dispositivo constitucional de liberdade de expressão. E ninguém poderá sentir-se ofendido por este artigo, uma vez que não citei nomes de absolutamente ninguém. E mais: "contra fatos não há argumentos", como se diz popularmente.
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