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domingo, 18 de fevereiro de 2007

CARTA PÚBLICA DE INTENÇÕES 2007

Edição Definitiva


• Ser um diferencial positivo na vida de todos que de mim se aproximarem, especialmente crianças, adolescentes e jovens. Para eles quero ser um referencial positivo, um porto seguro com o qual poderão contar, diante de tantos fatos negativos e contra-valores que envolvem a todos.

• Meu princípio amplo de trabalho: “respeitar para ser respeitado”. Essa será – e sempre foi – a lógica de meu relacionamento dentro e fora da sala de aula, com todos os seres humanos. A recíproca haverá de ser verdadeira também, sempre.

• Nunca imporei minha escala de valores a ninguém, mas deixarei claro que a mesma sempre estará norteando minhas ações pedagógicas. Igualmente, dialogarei com escalas de valores diferentes dos meus, sem concordar passivamente com os mesmos; tolerância não é nem passividade, nem imposição de um sobre o outro. A Unidade pressupõe Diversidade, sem prevalências ou submissões. E Educação é crença: só se faz plenamente bem aquilo que é feito com convicção.

• Todo meu trabalho docente será, como sempre, sustentado em dois pilares: leitura prazer no início das aulas (com desdobramentos inter e supra-disciplinares) e resgate do lúdico na escola - “hora do brinquedo” (brincando a criança se socializa, toma contato com regras, passa a ver a Escola como algo prazeroso etc). Nesse sentido estarei criando e divulgando Planos de Trabalho (ou “Seqüência Didática”, como queiram – não importa o nome, mas o que é feito). Acredito que conteúdos atitudinais e habilidades devam caminhar juntos com os conteúdos tradicionalmente consagrados, se de fato queremos formar cidadãos.

• Meu “norte” de trabalho será (como sempre foi) a criação da autonomia progressiva dos alunos. A criança deverá sempre caminhar para a autonomia, ou seja, o governo: de seu corpo, de seu espaço, de seus pertences e de suas ações. Sem isso, o processo educativo da criança fica comprometido, com reflexos no coletivo da classe (quem não cuida de si, cria problemas para todos). Nesse sentido, a família deverá colaborar (aceitando ou não), pois o exercício da cidadania passa pela capacidade de cuidar de si em primeiro lugar. Afinal, a criança não terá o adulto sempre para amarrar seu tênis, servir sua refeição, apontar seus lápis, tomar parte de suas encrencas etc. Queremos cidadãos ou parasitas sociais, que dependem dos outros para ter ação? O cordão umbilical já foi cortado, ou vai matar a criança por asfixia em torno do pescoço? O parto biológico já ocorreu; o parto social está (ou deveria estar) em processo progressivo.

• Prioridades de ações: o aluno em primeiro lugar (1 – O Estatuto da Criança e do Adolescente garante-lhe prioridade nacional absoluta; 2 – sem o Aluno não exite o Professor e, sem estes dois, não existe a Escola e seus desdobramentos institucionais – Professor e Aluno = célula-núcleo da Instituição). Dai a necessidade de direcionar-lhe todas as ações. E é por esta “peneira” que passarão todas as minhas decisões, inclusive os quesitos burocráticos. O Legal jamais poderá estar à frente do Ético (ambos são faces de uma mesma moeda). O “papel solicitado” deverá ser sempre para atender melhor o aluno; se esta finalidade não estiver bem clara, o “papel” vai para o final da fila.

Enfim, expus acima, de forma bem resumida, meus objetivos para este ano de 2007, independente da Unidade Escolar na qual estarei trabalhando. Considero como o mínimo do mínimo para que haja um trabalho de qualidade, no qual eu possa respeitar a todos ao mesmo tempo em que me faço respeitar. Tudo aquilo não elencado nesses pontos será objeto de ampla negociação; porém o conteúdo supra-citado será executável de forma automática e direta. São como a estrutura de um edifício: se mexer, comprometerá a firmeza da obra; mas os acabamentos (pontos não elencados e, portanto, negociáveis) serão sempre bem-vindos, pois enriquecerão e embelezarão a obra.

Tenho plena certeza de que estes meus princípios em nada colidem com a legislação em vigor. Muito pelo contrário, é uma forma de dar-lhe pleno cumprimento.

Fraternalmente,

João Cesar

Professor de Ensino Fundamental I (em exercício profissional efetivo desde 20 de maio de 1997).

Aos 31 de Janeiro de 2007

(no 119º ano de falecimento do grande educador Padre Giovanni Melchior Bosco)

Original em: http://profjoao.zip.net

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